13 de abril de 2013

Inst. Caetano de Campos - Paulo Mendes da Rocha



Ano do projeto: 1976
Local: Bairro da Aclimação-SP
Atualmente: Não consta a construção
Área construída: cerca de 10 mil m²





O projeto foi criado por Paulo Mendes em parceria com o arquiteto Abrahão Sanovicz, e tem por partido arquitetônico a clara distinção de áreas de parque e recreio (áreas externas) das áreas de circulação dos recintos edificados, ou seja, dividindo o que é interno do que é externo.
Os arquitetos Paulo e Abrahão se mantiveram a elaborar uma unificação do projeto fazendo com que nele houvessem usos educacionais diversos por indivíduos de variadas idades, já que no mesmo prédio funcionaria uma escola de 1° grau (2), um instituto formador de professores (1) e uma pré-escola (3), unidos através de corredores e circulação vertical concomitantemente separados por seus próprios volumes e aberturas.


O entorno
No projeto constava a modificação de algumas vias, dentre elas a Rua Pires Mota onde está a entrada do Instituto. Essa via teve suas guias e sarjetas alteradas e sua largura estendida em três metros e meio, o que deu oportunidade de implantar uma parada de ônibus para o transporte público. A via ao lado, Rua Tenente Azevedo, teve seu tráfego desviado e tornou-se passeio público, o que interligou a praça Nossa Senhora da Conceição ao terreno do projeto.  O prédio do ginásio de esportes ao sul do terreno tem uma entrada de serviço pela Rua Bueno de Andrade.
No terreno existem dois galpões que seriam desapropriados (2) e um terreno que viria a ser incorporado ao conjunto (3) e toda essa soma resultaria num parque-jardim situado ao leste da gleba.


O projeto
O Instituto Caetano de Campos consiste em dois volumes que são elevados e suspendidos, libertando o chão que permanece com seus acidentes. Esses volumes são sobrepostos em duas seções de pilotis diferentes: um deles eleva o conjunto único de galerias (volume retangular) sobre 15 pilares que estão próximos à extremidade do retângulo, deixando-o em balanço; já a outra seção de pilotis cuida da elevação do restante do conjunto, eles seguem desde o solo até a superfície da laje superior. Esses pilares e pilotis se dispõem com o sistema de apoio de três pontos formando um triangulo. 
Os arquitetos se preocuparam em manter as fachadas sul, norte e oeste do prédio livres de janelas, mantendo essas com empenas cegas a fim de controlar os efeitos climáticos deixando apenas a fachada leste com aberturas nos volumes. Sua cobertura possui vãos e envasaduras que auxiliam o controle de temperatura dos ambientes e a permeação do sol no interior do prédio que é selado com uma laje impermeabilizada, fazendo o arremate da edificação. 

Como característica notável de Paulo Mendes, o Caetano de Campos é estruturado com uma laje nervurada com caixão perdido elaborada com concreto protendido, ou seja, que faz uso da tensão criada na laje para vencer os grandes vãos que podem chegar a 20m nesse projeto.
O projeto foi elaborado, porém, hoje, no endereço constado nos estudos sobre o Caetano de Campos existe outro edifício intitulado com o mesmo nome, no entanto, pelas simples imagens dos satélites notamos que não se trata desse projeto tão complexo e com uma maravilhosa desenvoltura e características ínfimas do nosso modernista Paulo Mendes.  





NOTA:
Inicialmente vou esclarecer a dificuldade de compreensão desse projeto por sua alta complexidade e ausência de informações. O único material de pesquisa utilizado foi retirado do livro Paulo Mendes da Rocha – Vol. 1 (2002, editora Cosac Naify). Elaborei pesquisas e tentei contatos com escritórios colaboradores do arquiteto, porém, sem sucesso.


Referências:
Livro: Paulo Mendes da Rocha - Vol. 1, Editora Cosac Naify, 2002.

20 de fevereiro de 2013

Escadas: Fórmula de Blondel


Vida de Blondel

Nascido em 1618 em Paris, Nicolas-François Blondel foi um diplomata, matemático, professor, militar, sub-lugartenente, marechal de campo, engenheiro civil e arquiteto militar em seu país, fazendo parte do exercito na Guerra dos Trinta Anos. Como diplomata, viajando, pode estudar as fortificações de Portugal, Espanha e Itália.
Mais tarde, em 1663, foi conhecido como Conselheiro de Estado e em seguida como Engenheiro da Marinha, elaborando um plano de expansão urbana e levantando pontes em Paris. Em 1671, foi indicado como diretor da Academia de Arquitetura, onde defendia a estética dos arquitetos clássicos.
François Blondel morre em 1686 em seu país de origem.

Fórmula de Blondel

            A fórmula de Blondel, também conhecida como cálculo de escadas, teve grande importância a partir do aumento na demanda de construções de edificações com dois ou mais andares nas metrópoles em geral, com isso, procurava-se construir uma escada confortável para os projetos, então, a necessidade de padroniza-las.
  

Dados experimentais fizeram o arquiteto francês estabelecer uma fórmula empírica que permite calcular a largura do piso em função da altura do espelho e vice-versa. Os dados foram:
- A altura recomendável para espelho de uma escada deve ter no máximo 0,18m.
- A profundidade recomendável deve ser no mínimo de 0,25 m.
            Tendo então a fórmula: 2h + p = 0,64 m (h é a atura do espelho e p é o passo e o 0,64 é a constante de Blondel), embora a constante possa variar de 0,63 à 0,65.
            No cálculo de uma escada deve-se considerar a altura do pé-direito e a espessura do piso superior (laje) que devem ser somadas estabelecendo a altura de piso à piso, onde pode-se dividir o resultado pela altura do espelho (0,18m, por exemplo), resultando na quantidade de degraus que deverá ter a determinada escada. Em seguida, calcula-se através da fórmula de Blondel a largura dos degraus, que devem ser sempre a mesma (todos os espelhos com o mesmo tamanho e todos os degraus com a mesma largura) numa mesma escada, não podendo variar.
Hoje a necessidade de padronização se estabelece de acordo com as normas brasileiras (NBR’s), onde se tem a NBR 9050 – Acessibilidade a edificações, mobiliários, espaços e equipamentos urbanos, que traz o Dimensionamento de Escadas Fixas e, ainda, outras NBR’s que tratam de escadas, patamares e suas dimensões.


Referencias:

http://olapisverde.blogspot.com.br/2011/04/calculo-de-escadas.html
http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/arquivos/%5Bfield_generico_imagens-filefield-description%5D_24.pdf
http://professor.ucg.br/siteDocente/admin/arquivosUpload/13869/material/APRESENTA%C3%87%C3%83O%20-%20Circula%C3%A7%C3%A3o%20Vertical%20-%20escada%20reta%20-%20%20aula%2001.pdf